Implantado em 1997 na cidade de São Paulo, o rodízio de carros é uma medida praticada, também, em algumas cidades do mundo visando a redução do tráfego de veículos nas ruas, assim como reter o nível de poluentes trazidos pelos combustíveis. No entanto, há outro rodízio importante a ser feito, pensando na segurança no trânsito. O rodízio de pneus. Mas, e o estepe que é aquele pneu usado provisoriamente quando algum outro conjunto é danificado durante o uso, de forma momentânea ou definitiva, até que seja feita a troca ou o reparo do que se danificou e a reposição no veículo? Ele também deve entrar no sistema de rodízio?
O engenheiro mecânico e diretor da Apoia – Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção, Thiago Jordão, explica que, na legislação atual, o assunto é redigido pelas resoluções do Contran nº 912/22 e 913/22, que determinam a obrigatoriedade do estepe, com exceção dos Pneu Run Flat (pneus sem AR) ou que possuam dispositivos de enchimento de emergência, visto em alguns veículos importados e já começam a aparecer em veículos de fabricação nacional.
Ele ressalta ainda que, assim como os demais pneus, o estepe deve ser certificado pelo Inmetro, o sulco do deve estar acima do TWI e pneu deve estar com a calibração do enchimento de ar, conforme estabelecido pelo fabricante.
Logo, ao comprar um pneu usado como estepe é importante se ater ao fato de se o pneu é homologado pelo Inmetro e se é compatível com a roda que será instalada, assim como se há necessidade do balanceamento da roda do estepe, que, em caso afirmativo deve-se verificar o manual do veículo, orienta. “Pensando no estepe como um conjunto roda/pneu a ser utilizado de maneira emergencial, seu uso é uma substituição para algum outro conjunto que se danificou, geralmente em vias públicas. Portanto, o seu uso é de pronto emprego”, afirma.
Para ele, como medida de conservação e visando a segurança no trânsito, deve-se observar periodicamente se o seu pneu está dentro da validade. “Os pneus também têm validade, que geralmente gira em torno de cinco anos. É importante verificar também se o estepe está calibrado conforme estabelecido pelo fabricante e se está corretamente acondicionado no veículo, compartimento destinado para ele”, instrui o engenheiro.
Mas, o que é rodízio dos pneus? De acordo com Thiago Jordão, diretor da Apoia, os esforços e forças aplicadas não são iguais em todas as rodas. Isso deve-se em função do peso distribuído nos eixos, tipo de veículo (hatch, caminhonete e SUV por exemplo) e da tração. Uma vez que a maioria dos carros no Brasil é de tração dianteira, entre outros aspectos. Portanto, segundo ele, para garantir que o desgaste seja igual em todas as rodas, recomenda-se que faça o rodízio. Assim sendo, aumentando a vida útil do conjunto de pneus.
No entanto, ele ressalta que a inclusão do estepe no rodízio de pneus é uma questão polêmica. “Muitos consideram que o estepe não deve entrar no rodízio. De fato, nos pneus de tamanho menores e com os Run flat, não há essa possibilidade. Porém, quando os pneus e aros são todos do mesmo tamanho, pode ser incluído o estepe. Isso aumentará a vida útil de todo conjunto de roda/pneus”, esclarece o engenheiro mecânico.
Para finalizar, Jordão salienta que, sendo polêmico ou não, o rodízio, quando realizado corretamente pode evitar acidentes. Isso porque o desgaste irregular dos pneus pode causar, entre outros, deficiências em frenagens e aquaplanagem, além de poder danificar durante o uso, o que pode resultar em acidentes de trânsito e interdição de vias públicas. “O ponto importante é que durante o rodízio é feita uma análise visual do conjunto roda/pneu. E, caso se constate alguma irregularidade, é possível realizar o reparo e assim evitar transtornos e até mesmo acidentes”, diz.
Ele acrescenta e reforça, ainda, as formas adequadas e recomendadas para fazer o rodízio dos pneus estepes de maneira correta. “Sempre deve-se levar em consideração o desenho da banda de rodagem. Por exemplo, se simétrico, assimétrico ou unidirecional. E o número de rodas, quatro ou cinco com o estepe. Além disso, deve ser realizado conforme o fabricante do veículo, do pneu e de acordo com a orientação de uma oficina da confiança do proprietário”, completa Thiago Jordão.
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